segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O ANIVERSÁRIO DO PODER

O Aniversário do Poder
Prof. Adilson Pereira
Há exatos dois anos, um professor cumpriu a promessa de promover uma revolução política. Uma tomada de poder jamais vista na história do município. O nobre professor assumiu o executivo municipal apoiado por fiéis escudeiros, contaminando-se com o vírus da autossuficiência. Aquele que não reconhece suas limitações é imaturo o suficiente pra sentar-se no trono da verdade e atravessar as portas da ruína.
O orgulho gera muitos filhos, entre eles a dificuldade de reconhecimento dos erros e a necessidade compulsiva de estar sempre certo, tornando difícil encontrar alguém intelectualmente atraente e interessante neste novo modelo governamental. Neste caso, para tornar-se atraente é necessário maquiagem, dar colorido às palavras e gestos, utilizando-se do ardil, do logro e da encenação midiática a serviço da desinformação. O gênesis dava mostras de como seria o apocalipse.
Durante a pré-campanha, noticiaram uma pós-graduação em Gestão de Políticas Públicas. O intuito era formar 31 profissionais aptos a construir um projeto de governo revolucionário, com mestres da incontestável excelência de: Fábio e Vítor Iório, Claudio Gurgel, Rogério Rocco, Silvana Rodrigues, Luiz Motta, Marcelo Bárcia e Gilberto Estrela. Tive sorte de lecionar na mesma instituição onde facilitadores do aprendizado deste quilate transmitiam conhecimento à turma de felizardos.
O projeto, batizado de “Programa de Governo Participativo”, foi montado estabelecendo várias metas, entre elas: “Implantação do modelo educacional cubano” e “Médico da família, ao estilo cubano”, deixando Guevara desesperado no túmulo; “Novo hospital Conde Modesto Leal” e “Postos de saúde 24h”, brincando com nossas vidas; “Cinco pólos de ensino profissionalizante com Bolsa escola”, caderneta de poupança de R$100 para cada aluno; “Companhia Municipal de Transportes Públicos”, com ônibus novos a cada vinte minutos; “Rodoviária na estrada”, em algum ponto distante do infinito; “Estágio remunerado para universitários”, e otários; “Reurbanização de toda a orla marítima e lacustre”, quem sabe em Nova Iguaçu; “Pescar ‘acará’ no rio Mumbuca”, custe o que custar; “Transformar Maricá numa referência nas artes e na cultura popular”, no Brasil e no exterior; “Criação de um banco municipal” para apoiar iniciativas de cooperativas e microempresas populares, disponibilizando empréstimos de R$20 mil por empreendimento; “Criação da Escola de Gestão Pública Municipal”, para capacitar os incapazes comissionados; “Atração de empresas e geração de empregos”, mesmo com secretário investigado na fraude da refinaria de Manguinhos e seus bens indisponibilizados pela Polícia Federal (Sereno neles!); as piadas do século: “Funcionários da Multiprof com carteira assinada” e “Sessenta quilômetros de calçamento e drenagem nos dois primeiros anos de governo”. Recuso-me a comentar teleféricos, trenzinhos, carruagens e a promessa de recuperação urbana de todos os distritos com materiais de construção comprados numa lojinha de eletro-eletrônicos em Niterói.
Por onde andam os 31 formandos desta pós-graduação (médicos, engenheiros, professores, biólogos, psicólogos, assistentes sociais)? Teria partido deles a contratação da Engebio, da Delta, da Fortestone, da Eco 805? Ou a nomeação dos Bilés, das Helenas, dos Delgados, dos Alexanders, dos Fatigatis e das Zeidans? Seriam eles os responsáveis pelas mortes no hospital municipal, pelo cataclisma que assola Itaipuaçu ou pelas vaias que ecoam por toda a cidade? Talvez não. Talvez os “engenheiros de ideias”, como já é de costume neste (des)governo, sejam responsáveis por projetos maiores, como a chegada do homem à lua e a bomba de Hiroshima. Onde estão os construtores da revolução social que destrói a cidade, que nos leva ao constrangimento diante dos municípios vizinhos e ao cenário político mais vergonhoso da história? Será que suas famílias já utilizaram a saúde pública local? Peço-lhes que se apresentem à municipalidade. Não temam. Justifiquem-se junto ao povo. Mostrem seus ideais, seus próximos passos, seus projetos vindouros. Ao que parece, a melhor opção é o silêncio e o sepulcro do esquecimento.
Falta um último detalhe à manobra, pois é nos pequenos detalhes que temos a exata dimensão de uma tragédia. Quem eram os coordenadores desta fanfarronice sem precedentes? A primeira, Dra Janete Valladão, ex-secretária de saúde de Maricá e Conselheira Municipal de Saúde. Sua presença no Conselho talvez explique o hospital de primeiro mundo, os funcionários motivados, o cidadão valorizado e satisfeito, os medicamentos abundantes, a aparelhagem de última geração, o quadro técnico altamente qualificado, a esterilização autorizada pela Vigilância Sanitária, a renovada frota de ambulâncias e a atuação dos melhores farmacêuticos. Na verdade, considerando a desprezível contribuição desta senhora ao município, não perderei meu tempo tecendo comentários a seu respeito. O segundo, Sr. Sady Bianchin. Dizendo-se “Doutor em Teatro e Sociedade”, foi secretário de cultura no início da atual gestão. O mesmo que, juntamente com Andréia Cunha e Carlinhos Soares, foi escorraçado pelo alcaide numa verdadeira caça aos incompetentes de plantão. Dá para entender o porquê deste projeto já ter nascido no obituário.
Parabéns! O movimento que deu origem ao atual coma social, montado pelos digníssimos “engenheiros de ideias” e apoiado por 36.000 inconsequentes, fez aniversário. Todos os governantes anteriores deveriam juntar-se às comemorações. O resultado de suas políticas amadoras e vexatórias levou à necessidade de mudanças e à consequente vitória da catástrofe. O atual vice-prefeito não seria o anteriormente chamado “ladrão de areia” pelo atual prefeito? Aquele antes dele não era chamado de “ladrão do dinheiro da ponte”? Não foi no último governo que a cidade foi às páginas policiais? Uma mixórdia que só será resolvida quando aceitarmos que “os políticos e as fraldas devem ser trocados constantemente, pelo mesmo motivo”.
Cuidemos para que nossas conveniências não manchem nossas convicções. Se tentarem voltar, não vote.


Texto enviado por César Augusto, Presidente do COMCID que faz os seguintes comentários:
Grande Profº Adilson Pereira,

Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-lo pela seriedade, luta e amor que tens demonstrado para com nossa Cidade Maricá.

Parabéns por mais este excelente artigo publicado na Revista Encontro...

Faço aqui apenas uma pequena observação: não nos chame de inconsequentes, pois votamos em um candidato que apresentou um programa de governo fácil de ser executado, tendo em vista a altíssima arrecadação de Royalties que na época já era previsto e que hoje não sabemos onde estão sendo aplicados. "indicando neste caso, desvio de Recursos Federal"

Porém tão logo vimos que o atual "des"governo perdeu a noção do que é público e passou a se achar o dono da verdade, utilizando-se da máquina administrativa a seu bel prazer, começamos a encaminhar várias denuncias ao MP, ao TCE e a PF.
Várias denúncias encontram-se em fase de investigação e sabemos que, mesmo protegido como é o atual "des"governo dentro do PT, a Justiça terá que agir, sob pena de cair no descredito popular, pois são várias as denuncias e práticamente de todos os Distritos de Maricá. Infelizmente, das 92 Cidades existentes no RJ, o atual gestor de Maricá é o que tem sido denunciado junto ao Ministério Público Estadual - Como temos dito, neste dois anos do atual gestor municipal, houve um verdadeiro passeio pelo Código Penal.

Já temos no Forum de Maricá, 5 Ações Civis Públicas com pedido de Tutela Antecipada contra a Prefeitura de Maricá...
Várias outras Ações sairão do Ministério Público para o Forum de Maricá, e temos observado que não houve somente Improbidade Administrativa, outros crimes ocorreram na atual gestão e o gestor poderá até ser punido com reclusão de 2 a 12 anos.

Estamos atentos, acompanhando e fiscalizando.

Estou transmitindo este seu excelente artigo a meus amigos da rede e também para alguns Deputados Estaduais, na inteção da ALERJ interceder a favor de nossa população, que pede o imediato afastamento do Prefeito Quaquá, tendo em vista a total destruição imposta pela atual e péssima gestão municipal nestes dois anos de uma tentativa frustrada de governo.

Estamos juntos na LUTA POR UM MARICÁ mais justo, livre, democrático e humano.

Atenciosamente

Adm. Cesar Augusto Machado Filho
Empresário
Conselheiro da Cidade de Maricá
Presidente do Conselho da Cidade - COMCID

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