terça-feira, 19 de abril de 2011

O INCRÍVEL SUMIÇO DA REPORTAGEM DA VEJA

A fanfarronice e o surrealismo midiático.
Por Prof. Adilson Pereira

No início do atual governo, tivemos todo tipo de comemorações, desde festejos, ironias aos governos anteriores, shows na praça, até promessa de agressão a um dos candidatos derrotados (por falta de coragem, jamais cumprida). A megalomania atravessou fronteiras. Um deputado estadual arariboia (do PT, logicamente), hoje papagaio de pirata do governador, chegou a declarar em seminário organizado pelo ex-secretário “Sr. Festinha”, que o atual alcaide seria o novo “sheik fluminense do petróleo”. O alcaide fanfarrão, pegando carona na ideia, transbordando de delírio, anunciou que em hipótese alguma utilizaria o dinheiro dos royalties para construção de calçadas de mármore, ironizando o prefeito de Rio das Ostras. Após aniversário de um ano das chuvas que quase devastaram a cidade, o calçadão de Araçatiba continua destruído, mesmo com a liberação de R$ 5 milhões pelo governo estadual para reconstrução do que sobrou da tragédia pluviométrica. Prezado sheik, realmente não há necessidade de calçadas de mármore. Basta adicionar um novo verbo em seu dicionário: trabalhar.
Vinte e oito meses de desgoverno, R$ 71.015.955,32 de royalties arrecadados, e o que vemos é crise na educação, na saúde, na ordem pública e no trânsito. Crise legislativa, administrativa e ambiental. Crise de civilidade, de humanidade, de moralidade religiosa, e a pior de todas: de dignidade.
Com todas as crises possíveis e imagináveis, o menino maluquinho, Thiago Rangel, numa crise de sobriedade, detonou um pacotão de denúncias de roubalheira coletiva do erário e do patrimônio público. O resultado foi o surpreendente posicionamento favorável às investigações de vários vereadores da base do governo. O troca-troca de posição entre os edis já era esperado, considerando o perfil dos, nada nobres, representantes do povo. Mas, o que realmente impressionou foi o carnaval midiático. Os vereadores favoráveis ao prefeito viraram adversários. Depois, passaram a assumir secretarias. Até pastor, com pouquíssima ou até mesmo nenhuma experiência com carteira assinada, virou secretário de trabalho da pizzaria municipal. Tinha mídia favorável e mídia contrária. Mídia enaltecendo e mídia condenando. A mídia “chapa branca” esqueceu de exercer seu papel informativo e passou a agir como alquimistas, tentando transformar cocô (sic) em ouro. Quem sabe os “Merlins” do século XXI caíram na tentação de repetir o milagre da transubstanciação, achando-se dignos até do Santo Sudário. Esqueceram apenas que o aroma das ações não deixa dúvidas quanto à natureza das substâncias.
A barulheira causada pela contratação de secretárias iguaçuanas e secretários mensaleiros, ambos com a Polícia Federal em seu encalço, somados a escândalos em massa e repetidas vaias populares, trouxe a mídia nacional a Maricá. A revista Veja, através do repórter Luis Guilherme Barucho e equipe, procurou o jornalista responsável pela TV Copacabana, Ricardo Cantarelli. Ao chegar de São Paulo, encontraram-se na 82ª DP e foram rapidamente conduzidos à CMM, onde já estavam o ex-secretário Ricardo Vieira Ferreira e o denunciante Thiago Rangel. O repórter fez várias perguntas e levou consigo cópias das denúncias contra o alcaide. Passadas algumas semanas, nada. Contato feito, justificativas dadas, mais algumas semanas e nada. As más línguas entraram em ação e já dizem que o jornalista teria usado o material em benefício próprio. Nós, da sociedade civil, nos negamos a acreditar em tal fato. Um profissional de renomado órgão de comunicação, de total transparência e credibilidade, jamais comprometeria o nome da instituição e o seu próprio em prol de benesses pessoais, atropelando todo suporte dado pela TV Copacabana e pelos denunciantes.
Só nos resta aguardar. Aguardar que o bom senso prevaleça e que Maricá consiga afastar as rapinas que tomaram conta de nossas riquezas, como gafanhotos selvagens e desapiedados.
Siga nosso conselho e visite Maricá, antes que se acabe. Aqueles que já tiveram a “boquinha política” nas mãos acham que retornarão nos braços do povo, como salvadores da calamidade social que eles mesmos colaboraram para construir. Se tentarem voltar, por amor à cidade, não vote!

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