quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O PULO DO GATO

Dentre os diversos problemas enfrentados pelo município de Maricá, a falta de integração está entre os maiores problemas vividos pelos cidadãos. Existem espaços que não se complementam, no sentido de interligarem os bairros, e existem bairristas, que até desconsideram ou aventam a possibilidade de pertencerem ao todo. Mas, é preciso que se crie uma identidade local, abraçando todos os distritos e localidades, próximas e remotas, para que o crescimento se efetive, como um único organismo vivo e inclusive passemos a fazer parte da zona metropolitana do Rio de Janeiro de forma eficaz e visível.

Ainda que a idéia não seja recente, é fundamental que o próximo governante de nossa cidade tenha a visão política que a “capital” político-administrativa (executiva/legislativa/judiciária) precisa ser mudada para a região de Itaipuaçú. Isso nada tem a ver com reforçar o reduto eleitoral daquela localidade, mas sim utilizar de forma estratégica territorial todo o potencial ali existente e também acabar de vez com o discurso que somente pela emancipação (ou outras correntes separatistas) haverá prosperidade. Esse discurso é equivocado, pois uma mudança tão radical leva décadas para se consolidar e, além disso, não parece ser o caminho mais adequado nem mesmo o mais propício, ao menos no momento.

Deve-se pensar que Itaipuaçú tem o maior reduto eleitoral do município, está significativamente mais próximo do Rio de Janeiro, portanto tem maior acessibilidade e rapidez, além de observarmos que existe um diferencial sociocultural e econômico expressivo. Mudar a Prefeitura, Câmara e Fórum para lá não é nenhuma obra impossível, em 1822 o Reino de Portugal atravessou um oceano inteiro para estabelecer aqui sua nova sede política. O mesmo foi feito na década de 60 quando se criou BRASÍLIA, porém neste último caso já vejo com certa desconfiança, pois a proposta inicial que seria de centralizar a política nacional, mostrou-se um reduto de corrupção longe dos olhos populares e seus protestos, criando os votos secretos onde ninguém se apresenta publicamente para assumir as responsabilidades pelos seus atos, criando assim uma blindagem de falcatruas, hoje difíceis de desfazer.

Isso não difere do projeto que o PT quer nos impor com a construção da “Vida Nova Maricá” através da Brookfield, numa localidade depois do Condado (que já disponibiliza áreas para migrar a administração do Município). Projeto este, que já está em fase de licenciamento no INEA e já teve inclusive audiência pública aqui cidade, onde na ocasião o Movimento Luto por Maricá fez uma carta de solicitação de esclarecimentos que até hoje não foi respondida, pois não interessa que a população se envolva, ou seja consultada. Portanto a iniciativa de mudar a “capital” já existe e não vejo porque não mudar para Itaipuaçú! O que não podemos permitir é mais uma vez nos marginalizarem, colocando as sedes dos três poderes em algum lugar cansativo ou inalcançável para a população e acabar também, com do discurso segregacionista e separatista de alguns indivíduos mais inflamados, que querem a emancipação de Itaipuaçú como se isso resolvesse todos os problemas que temos hoje e certamente teremos no futuro no município todo.

As mentes tacanhas de moradores, legisladores e gestores, que ainda acham que só criando redutos poderão progredir, não têm qualquer tipo de futuro nem aqui em Maricá, nem neste país (ao menos pela historia que vivemos hoje). Isso vale também para o Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas e qualquer outro que veja nesse tipo de atitude a criação de novos feudos ou pequenos países, que venham a satisfazer as aspirações pessoais. Vamos sim, criar meios para que elevemos Itaipuaçú á condição de Vila, Centro (capital), Condado ou qualquer nome que a população ache mais adequado, pois se trata de uma decisão coletiva e não pode ser tomada de forma arbitrária por qualquer um que se diga representante do povo, sem ao menos consultá-lo e acabar de uma vez por todas, com a concepção que criando um muro imaginário á sua volta serão felizes.

Agindo desta forma, ainda possibilitaremos que o próprio centro de Maricá existente hoje prospere como local de difusão de arte e cultura, através de eventos programados ao longo do calendário anual de atividades, seguindo exemplos de outras cidades similares como Angra dos Reis, Parati, Arraial do Cabo e outras. Com esta atitude, preservamos a história arquitetônica local e incentivamos o desenvolvimento turístico- hoteleiro, inclusive na capacitação dos profissionais desta área, através de acordos com as escolas de hotelaria que queiram ministrar cursos aqui, ainda que subsidiados pelo governo local, no sentido de parar de vermos os garçons enfiando os dedos nos copos para retirá-los das mesas, ou aprenderem por qual lado, da posição do cliente, devem servir uma refeição.

Maricá como um todo, só não se tornou um oásis de cultura e refino turístico, porque nunca na história desta cidade houve competência ou conhecimento de causas suficientes para que isso fosse feito, o que não quer dizer que não devamos fazê-lo. O discurso precisa ser mudado para que maricá também mude e se em 2012 a conversa continuar sendo, que vão gerir ou legislar pela mediocridade é melhor reverem desde hoje seus conceitos e pré-conceitos, pois eu em particular não estou disposta a ficar olhando a degradação paulatina de um local que até pouco tempo atrás era considerado um refugio das grandes cidades e agora caminha a passos largos para se tornar periferia de outros, com todos os problemas inerentes ás mesmo, a miséria absoluta (distribuído por todo município, pois a miséria instalada hoje aqui não faz distinção de regiões geográficas). Nenhum de nós, independente de onde vivamos dentro deste município, devemos ser considerados como bastardos ou filhos preteridos, ainda que a maioria dos discursos sejam para criar a desavenças regionais, e depois do mal feito ou dito, finalizem com um tapinha nas costas como se nada tivesse acontecido.

Vamos lutar para que o centro político administrativo se consolide em Itaipuaçu e acabar de uma vez por todas acabar com os arrivismos. Arrivismo este, que será o grande mote para os eleitoreiros se elegerem em 2012. Pensem Nisso!

Ana Paula de Carvalho, moradora de Cordeirinho e freqüentadora de Itaipuaçu!


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