Não precisa de uma explosão demográfica descontrolada, ainda que todos sejam bem-vindos e as intenções sejam as melhores, mesmo que as condições apresentadas e reais sejam as piores. Não precisa que se mude radicalmente o modo de vida das pessoas viventes no local, e inclusive daqueles pelo qual se mudaram de outros lugares idealizando um futuro, ou continuidade de vida com qualidade, muito diferente de outros que conviviam com engarrafamentos constantes, índices de criminalidade crescentes e serviços públicos cada vez mais deficientes.
Não queremos uma mudança de vida tão radical, que não consigamos acompanhar tais transformações sem as entendermos e mesmo fazermos parte integrante do conceito opinativo, para o qual sempre estamos dispostos, ainda que forçosamente não nos dêem ouvidos. Sabemos que todas as mudanças geram inseguranças, mas mudar é salutar porque nos impulsiona a seguir adiante e enfrentar novos desafios, se pensarmos que sem erros e acertos não haveria razão para melhorar aquilo que já existe e minimizar os riscos, a tecnologia estaria ainda na idade da pedra.
Não devemos pecar pelo pecado da megalomania, de querer aparecer mais nos indicadores de popularidade do que aquilo que é realmente necessário. A boa gestão de qualquer empresa, seja pública ou privada, e devemos incluir todas as instituições neste rol, deve obrigatoriamente ter em mente que o lucro é fundamental, mas as condições de como estes são adquiridas e acima de tudo distribuídos é que fará a diferença entre o capitalismo predatório e o social.
Notadamente hoje a sociedade de forma geral está engajada em reformas de sustentabilidade, o que obriga as empresas a aderirem a todo um contexto de responsabilidade diferenciada, com isso a qualidade de seleção profissional e a contrapartida deverá “obrigatoriamente” ser equivalente. Sendo assim, podemos sonhar um pouco mais ou no mínimo almejar dias melhores para toda a comunidade.
Devemos lembrar que, notadamente aquilo que hoje nos serve de referencia local não é nem sombra do que representa o mundo globalizado economicamente e também não chega nem perto de ser um referencial. Se tivermos a oportunidade de vermos experiências de sucesso em outras localidades e especialmente fora do Brasil, e digo isto sem medo de errar, porque internamente compramos sempre produtos e serviços de muito má qualidade a preços extremamente caros, podemos pensar então que implantar pode não ser tão difícil nem dispendioso quando querem nos fazer acreditar.
Resumidamente, os dias de tempestade só se farão presentes se assim os permitirmos, nada estará além do nosso alcance, se planejadamente estes assuntos forem discutidos por todos aqueles que tenham no mínimo a intenção de fazerem as coisas da forma correta. Saber os seus próprios limites é tão bom quanto acreditar que todos os sonhos são possíveis. Pense nisso!
Ana Paula de Carvalho – Movimento LUTO por Maricá e tantos outros Pró-Maricá
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